Saiba como participar

A consciência ambiental está presente na vida do ser humano desde que este adquiriu conhecimento da fragilidade do planeta. Uma vez que necessitamos de inúmeros recursos para impulsionar a produção de nossas fábricas, para fornecer energia...

Conheça mais sobre a ORLA VIVA

A Associação Ambiental ORLA VIVA-MA é continuidade do Projeto de Educação para Conservação Ambiental Orla Viva, iniciativa dos Professores José Maria dos Reis Maia Filho (SEDUC-MA) e Maurício Araújo Mendonça...

Nossas atividades

A Associação Ambiental ORLA VIVA-MA é continuidade do Projeto de Educação para Conservação Ambiental Orla Viva, iniciativa dos Professores José Maria dos Reis Maia Filho (SEDUC-MA) e Maurício Araújo Mendonça (UFMA)...

Conheça mais sobre a ORLA VIVA

A instituição recebe estudantes de todos os níveis de ensino e é aberta para visitação pública. De março de 2007 a dezembro de 2009 nossos registros indicam a presença de 6.725 visitantes, vindos de 14 Países, de 26 Estados brasileiros...

Saiba como participar

Como ONG, a Orla Viva representa um novo jeito de buscar o desenvolvimento social e promover o bem comum; O cumprimento de nossos objetivos institucionais se dá por meio da cooperação e do incentivo que recebemos...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Um Problema Ácido


Por: Rafael Antonio Brandão 
(Aluno do 6º período da Universidade Federal do Maranhão e Voluntário da Orla Viva - MA)

Pode o acúmulo de gás carbônico na atmosfera afetar os, por vezes, estáveis ambientes oceânicos? A resposta para essa simples pergunta é sim. A reação química causada pelo excesso de dióxido de carbono (CO2) presente na atmosfera e a água oceânica (H2O) forma um composto conhecido como ácido carbônico (H2CO3). Devido à fraqueza das ligações, esse ácido logo se desmembra: primeiro em Íon bicarbonato (HCO3 - ) + Íon hidrogênio (H+); depois em Íon carbonato (CO3-2)) + Íon hidrogênio. O acúmulo de Íons H+ na água causa uma queda no que os cientistas chamam de potencial Hidrogeniônico (mais conhecido como pH). Uma queda no pH indica uma maior acidez do meio, e é exatamente ai que está o grande problema com o aumento de CO2 na atmosfera.


(Esquema representando a dinâmica do aumento da acidez nos oceanos. Fonte: BBC)

Conforme aumenta a acidez oceânica, corais, mariscos e mexilhões passam a ter dificuldade de se desenvolver, além de terem seu funcionamento corporal e interomperem a atividade mais importante para a sobrevivência: o sexo. Em laboratório cientistas fizeram experimentos com o ouriço-do-mar Heliocidaris erythrogramma reduzindo em 0,4 o pH da água. Os resultados foram um tanto quanto perturbadores: nessas condições de acidez, os espermatozóides do ouriço moveram-se 16% menos, além de terem uma redução de 12% na velocidade. No fim das contas a queda no sucesso da fecundação foi de 25%. Em um oceano turbulento isso resultaria em uma redução do sucesso reprodutivo que não pode ser mensurada. Testes feitos na universidade de Kyoto, no Japão, indicaram que uma concentração de CO2 igual a 200 ppm causaria uma redução no tamanho de indivíduos de duas espécies de ouriço, Hemicentrotus pulcherrimus e Echinometra mathaei, além de influir no crescimento de conchas do gastrópode Strombus luhuanu.

Graças à absorção de dióxido de carbono pelos oceanos, os efeitos climáticos causados pelo acúmulo do gás são mitigados. Com uma taxa de assimilação de 30 milhões de toneladas de gás por dia os mares já absorveram cerca de 30% de todo o CO2 emitido pelo homem desde a revolução industrial. Porém, toda essa eficácia tem seu preço. Estudos da University of South Florida mostram que nos últimos 15 anos a acidez marinha aumentou em torno de 6% nos 100 primeiros metros das camadas superiores dos oceanos. Há um bom tempo a vida marinha não passava por mudanças tão bruscas. Evidências paleontológicas indicam que alterações dessa magnitude sempre estiveram ligadas a extermínios da vida subaquática. Quedas de 0,12 unidades no pH são aparentemente irrelevantes mas levando em conta que a escala dessa unidade é logarítmica, a variação representa um aumento de 30% na acidez.

Como se sabe, os oceanos são divididos em camadas, cada uma com uma salinidade e temperatura específica. Logo na primeira, encontra-se o fitoplâncton, a base da rede trófica dos oceanos. Os ventos promovem a movimentação do oxigênio e dos nutrientes entre as camadas, mas não só os ventos movimentam os alimentos; os animais também participam dessa distribuição. Pequenos crustáceos – os copépodes - fazem migrações verticais, para a superfície, todos os dias, a fim de se abundar com o fitoplâncton da camada superior. Com essas migrações os copépodes atravessam vários gradientes de pH, e o aumento de íons H+ põe em xeque essa rotina de viagens. Existem vários mecanismos para regulação da quantidade interna de íons: produção de íons negativos; bombeamento de íons para dentro e para fora; e redução do metabolismo com o intuito de reduzir a absorção de H+. Porém, todos eles são usados de forma temporária (quando se atravessa uma camada muito ionizada), caso requeridos por longos períodos podem levar a prejuízos das funções básicas, como a síntese de proteínas, o que pode significar o fim desses animais. Por serem a principal fonte de alimento para peixes de importância comercial, o extermínio dos copépodes põe em risco a vida de seus consumidores diretos e a nossa também.

Se as emissões de gases continuarem como as de hoje, o CO2 atmosférico chegará à incrível marca de 800 ppm até 2100 (atualmente é de 390 ppm). O pH cairá para 7,8 ou 7,7 ( 8,1 hoje), ou seja, um aumento de 150% desde os tempos pré-revolução industrial. Pedidos de cientistas para a redução na emissão de dióxido de carbono na atmosfera não são novidade para ninguém e, se esse quadro continuar assim, muitas coisas mudarão nos oceanos. É preciso buscar novas fontes de energia, a fim de reduzir a quantidade de gases de efeito estufa despejados na atmosfera. Necessita-se também de incentivo a pesquisas, no sentido de melhorar o conhecimento dos ambientes marinhos. Deve-se agir.

E você, vai ficar aí olhando?

Fonte: HARDT, M. J. & SAFINA, C. Oceanos Ameaçados de Dentro para Fora. Scientifc American Brasil, nº100, pág: 64 – 71. Setembro de 2010

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Aquarismo no Brasil e no Maranhão: Histórico e curiosidades

    No canto da sala, em restaurantes, lanchonetes, escolas,  é sempre possível nos depararmos com uma redoma de vidro ou acrílico na qual habitam uma grande variedade de peixinhos coloridos, os famosos aquários. De origem provavelmente egípcia, a prática do Aquarismo nasceu justamente com esse cunho estético de contemplação e entretenimento das pessoas.  Ao longo dos séculos, a criação de peixes, plantas e outros organismos aquáticos, em recipientes de vidro foi ganhando espaço e ganhando mais visibilidade no mundo científico.
    Já com as sociedades Clássicas, Grécia e Roma antigas, passaram a combinar a demanda pelo senso estético com os conhecimentos diversos envolvendo a biologia básica dos organismos criados, química (principalmente no que se refere a acidez da água), condições de luz, fatores ecológicos e físicos. Assim, a prática do Aquarismo se expandiu e acabou dando origem a Ictiologia, ou estudo dos peixes.
    No Brasil, a visibilidade do Aquarismo ganhou proporções somente no século XX, com as primeiras exposições públicas de aquários vindas dos Estados Unidos em 1922. Desde, então tem se difundido e crescido exponencialmente, de forma que é possível encontrar de pequenos aquarinhos caseiros de peixes beta à grandes aquários públicos com tubarões e raias, como o Aquário Acqua Mundo na cidade do Guarujá, São Paulo, hoje considerado o maior aquário da América Latina.
    Exposições públicas abertas a visitação ocorrem com a finalidade não só de entreter o público em geral mas também de demonstrar a diversidade de uma fauna e flora aquáticas que compõem determinada localidade. Assim, fica mais fácil ver o quão rico é o nosso planeta e como muitas ações antrópicas podem prejudicar essa biodiversidade fantástica.
    O Maranhão conta também com uma grande biodiversidade aquática. Em um estado com costa banhada por mar e serpenteado por grandes extensões de rios, não teríamos como não dispor de uma composição faunística de mais de milhares de espécies, dentre peixes, lagostas, estelas-do-mar, esponjas, ascídias, poliquetas,e nosso famoso carangueijo, muito apreciado na alimentação dos maranhenses.
Não distante disso, basta chegar até a base do Orla Viva e conhecer toda essa diversidade. Além da exposição de uma vasta variedade de animais fixados (corais, conchas, esqueletos de lagostas, carangueijos etc.) é possível observar o comportamento desses animais na sala de aquários, que dispõe de um acervo que contempla espécies ducícolas e marinhas.
    Pra criar esses animais é preciso conhecê-los e compreender como é o seu estilo de vida. São necessários diversos cuidados para se manter um aquário, quer ele seja marinho ou de água doce. Condições básicas de filtração, limpeza e troca de filtro, iluminação, acidez e turbidez da água, devem estar de acordo com as exigências dos organismos criados. Manter um aquário é não só divertido e, mas é principalmente extremamente educativo.
Espécime de Moréia dos aquários do Orla Viva - MA
    Nós os voluntários do Orla Viva, temos a oportunidade de trabalhar arduamente na manutenção dos aquários para exposição. É um tal de seca o aquário, e corre pro mar, pega água, carrega o balde, limpa o filtro e as mangueiras, toma cuidado para não estressar o animal, enfim, uma atividade dispendiosa mas que no final vale muito a pena.
     Então se você é estudante ou até mesmo fã do aquarismo, dê uma passada na nossa sede do Orla Viva na Praia do Araçagy, município de São José de Ribamar e venha ver e interagir com a vida aquática de outra forma.

Aguardamos você!

Por: Mariana Bonfim P. Mendes (Voluntária do Orla Viva-MA)