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sábado, 29 de junho de 2013

Anêmonas-do-Mar: de Mutualistas a Parasitas

Por: Rafael Antônio Brandão
Voluntário do Orla Viva - MA
Bolsista PET-Biologia
Graduando do curso de Ciências Biológicas-UFMA

Figura 1- Actiniario adulto.
O que vêm à sua mente quando você ouve a palavra Cnidária? Muito provavelmente a sua resposta será: “Águas-vivas”, “Caravela” ou algo relacionado às queimaduras que alguns dos representantes mais famosos desse filo podem causar. Porém, dentre os Cnidarios existe um grupo de organismos muito famoso pela sua aparência exuberante e fama de bonzinho – as anêmonas-do-mar.
Eles são animais pluricelulares, marinhos e que distribuem-se desde a zona entremarés (região do meso litoral) até regiões mais profundas dos oceanos pelo mundo. Os Antozoários, mais especificamente os Actiniarios (ordem à qual pertencem as anêmonas) diferem dos outros grandes grupos de Cnidarios pelo fato de não apresentarem alternância de geração, ou seja, o adulto só apresenta a forma de pólipo sedentário.

É comum a ideia de que as anêmonas são organismos que ficam fixados em pedras apenas se alimentando de animais ou partículas que tocam os seus tentáculos, sendo esse o único tipo de interação que esses animais têm com o ambiente vivo ao seu redor. Entretanto, já se sabe que algumas anêmonas podem apresentar diferentes tipos de interação com os mais variados grupos de organismos, incluindo vertebrados. Quem já viu a animação da Pixar “Procurando Nemo” sabe que dentre as relações ecológicas envolvendo anêmonas, a de maior destaque é a protocooperação existente entre algumas espécies de anêmonas-do-mar (ex: Heteractis aurorea e Stichodactyla gigantea) e peixes do gênero Amphiprion. Nesta relação em particular, o benefício da anêmona está ligado à alimentação, já que ela se aproveita dos restos alimentares dos peixes.
Figura 2- Peixes-palhaço se protegendo dentro de uma anêmona.
Mas não são só as relações mutualísticas que restringem as interações das anêmonas-do-mar. Alguns estudos realizados na região nordeste do oceano Atlântico com Ctenóforos da espécie Mnemiopsis leidyi apontaram a existência de uma espécie de anêmona do gênero Edwardiisela que parasita indivíduos desta espécie. A infecção se dá da seguinte forma: o M. leidyi é infectado mais comumente através da alimentação, já que essa espécie de Ctenóforo se alimenta basicamente de larvas de invertebrados marinhos. As larvas das anêmonas, após serem ingeridas, fixam-se, principalmente na faringe e no estomago, e então sofrem metamorfose, modificando-se para uma forma vermiforme que se aproveita do alimento obtido pelo hospedeiro, deixando este com um déficit alimentar.
 
            Figura 3 - Anêmona do gênero Edwardiisela dentro do hospedeiro (a) e em diferentes fases do seu ciclo de vida (b,c,d). Adaptado de Selender et. al (2007).

Talvez o grande sucesso evolutivo dos actiniarios tenha se dado, em parte, pelo grande número de interações que esse grupo apresenta com outros organismos. Então, da próxima vez que você pensar ou ouvir alguém falando que anêmonas são “estáticas” ou “paradas” lembre-se que as aparências enganam e que elas podem ser cruéis ao ponto de matar outro animal de fome!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O Peixe Morcego

 Por: Jéssica Cristine Costa Carvalho
Voluntária do Orla Viva - MA
Graduanda no curso de Ciências Biológicas-UFMA
Estagiária do laboratório de estudos sobre abelhas

    O peixe Ogcocephalus vespertilio, pertencente a família Ogcocephalidae é popularmente conhecido como peixe-morcego. Este peixe ósseo vive nas profundezas de águas quentes e rasas, cuja a profundidade varia de 1,0 m e 1,50m. Considerado como peixe de fundo, em todo o seu ciclo de vida encontra-se solitário ou em pequenos grupos na areia, lodo ou entre rochas e corais. Apresentam hábitos noturnos. Durante o dia permanece quieto e camuflado. Quando anoitece, começa a se locomover em busca de alimento. Um individuo adulto pode atingir até 30cm de comprimento. Sua distribuição inclui America do sul e Caribe.
    O peixe morcego caracteriza-se por apresentar corpo achatado dorso ventralmente, constituindo um formato deprimido. Em sua cabeça enorme e triangular, há mecanismos adaptativos que visam a alimentação e consequente sobrevivência no meio. Na extremidade superior da cabeça, encontra-se um espinho móvel com ponta carnuda, conhecido popularmente como chifre. Enquanto na região inferior se insere uma boca pequena e protátil que se alonga formando um tubo de sucção. Ao final da cabeça, há uma inserção de nadadeiras peitorais longas, articuladas e modificadas que se assemelham a pernas e auxiliam na locomoção.  Logo após a região das nadadeiras peitorais, há uma pequena abertura na pele, onde se encontra as brânquias, responsável pela respiração. Possui rabo alongado.
    A superfície de seu corpo apresenta escamas muito diferenciadas em forma de cone, ásperas e granulosas. Seu corpo achatado é envolvido por cirros (pelos), funcionando como uma característica adaptativa de camuflagem. Sua coloração varia de pálida à cinza escura, marrom, rosa ou avermelhado com muitas manchas mais escuras. Sua quietude durante o dia e sua coloração também facilita o processo de camuflagem, assemelhando-se a uma folha morta do mangue. 
      Sua alimentação envolve outros peixes, moluscos, vermes, camarões e algas. O peixe morcego agita seu chifre, atraindo sua presa para proximidades de sua cabeça, onde utiliza a boca para puxar a presa para si e finalizar o processo de “caça passiva”.  Também pode utilizar o chifre para buscar alimento no fundo, penetrando sua estrutura móvel pontiaguda na superfície. Através deste método, todo o alimento encontrado é aspirado por sua boca protátil , caracterizando uma forma de ”caça ativa”.

     Há outras espécies de peixes conhecidos popularmente como peixe-morcego. Um deles é o Platax pinnatus ( Linnaeus – 1758) da família ephippidae. Esta espécie se alimenta de zooplâncton, principalmente medusas. Vivem nas periferias de recifes. Também apresentam corpo achatado. Os indivíduos adultos apresentam um perfil ligeiramente côncavo, se diferenciando dos demais. Outro é Halieutichthys aculeatus, pertencente à família Ogcocephalidae , conhecido como peixe-morcego panqueca. Apresentam este nome por serem peixes planos que se assemelham a panquecas. Habitam recifes associados a areia com 45 a 820m de profundidade. Sua distribuição inclui o Atlântico Ocidental, Carolina do Norte, norte do Golfo do México e norte da América do Sul.

Fotos do Ogcocephalus vespertili:



peixe-morcego em camuflagem